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Foto: Mídia Ninja. Imagem ilustrativa acrescentada ao texto pelo corpo editorial. |
Ontem eu fui ao mais triste ato
Em homenagem e em luta
Por aquela mulher guerreira
Que morreu, não com um tiro,
Mas quatro.
Na cara.
Desfigurada.
E nós sabemos
(Todos sabemos)
Que ela foi executada.
Em meio a multidão unida
Só havia sofrimento, desespero e dor
E entre os gritos abafados
Não havia uma única voz sem tremor.
Quem se fez ouvir foi a voz do luto.
Um silêncio denso e profundo.
Energia pesada,
Cansada e indignada,
De ver mais uma mulher
Negra e periférica
Morrer na luta baleada.
E o silêncio é um grito poderoso.
Geralmente ignorado,
Mas sempre doloroso.
O recado foi dado,
E nós entendemos
(Todos entendemos)
Que o país foi assassinado.
Podem ter matado Marielle,
A democracia e o futuro,
Mas não conseguiram nos calar.
Fiquem atentos aos nossos gritos e silêncios
Porque essa luta
(Infelizmente)
Ainda está longe de acabar.
Marielle está viva na voz do povo,
E nós continuaremos indo às ruas, de novo e de novo.
Marina Feijó
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